Uma grande noite após uma grande espera
Era mais ou menos 9 horas e 40 minutos da noite de um sábado, não lembro ao certo qual é, eu acabara de chegar ao estacionamento do Credicard Hall e resolvi sentar-me na calçada para esperar dois amigos para um show de rock. Enquanto isso, eu fiquei ouvindo as músicas que estavam passando em uma estação de rádio chamada Kiss FM, que é uma das poucas estações de rádio que toca rock propriamente dito, para passar o tempo.
Enquanto esperava, dezenas de pessoas esperavam também junto comigo, mas muitas delas estavam conversando sentadas em uma fila desde a porta do prédio, passando em volta de uma fonte d’água e de um cercado que impedia de qualquer um de chegar próxima à porta do prédio, até a porta lateral do prédio. Muitas delas estavam sentadas em forma de grupos, muitos deles de mais de cinco pessoas.
Quase todas as pessoas que estavam esperando o show começar estavam vestidas com roupas tipicamente de quem gosta de rock: camiseta branca ou preta, mas sempre referente a bandas de rock, mas o que mais se via era camisetas com o nome da banda que iria tocar essa noite, calça jeans azul ou preta, cabelos compridos ou somente bagunçados e, alguns casos, um tênis All Stars preto.
Quando foi exatamente 10 horas e 15 minutos, 45 minutos antes de começar o show, eu liguei para um dos meus amigos e perguntei a ele onde estava, dizendo que tinha muita gente na fila para entra, e ele me respondeu que ainda estava em casa com o outro amigo resolvendo umas coisas e já estava indo me encontrar.
Vinte minutos depois da ligação que fiz ao meu amigo, eu desliguei o rádio do meu celular, levantei e fui caminhando para o final da fila para esperar a porta abrir. Enquanto caminhava, eu ouvia muitas vozes diferentes falando ao mesmo tempo, muitas delas cantavam músicas aleatórias, muitas dessas vozes riam espontaneamente de piadas que contavam, mas o que eu mais ouvi foram comentários sobre o show do tipo: “Ei, quais serão as músicas que eles tocarão hoje?”, “Será que eles tocarão Battle For The Sun como tocou no show em Curitiba?”, e cheguei a ouvir também: “Nós precisamos entrar logo para poder pegar um lugar bom na pista e conseguir vê-los melhor.”
Quando era 11 horas e 6 minutos, a fila começou a andar vagarosamente e quando passei na frente da bilheteria, eu reparei que havia pessoas tentando comprar os ingressos, pois tinham deixado de última hora para fazer isso. Até agora eu me pergunto se aquelas pessoas conseguiram comprar os ingressos para o show.
Uma garota, que aparentava ter 18 anos e que estava acompanhada de uma garota mais nova e uma mulher de mais idade, me abordou perguntando se eu conhecia alguém interessado em comprar ingresso para o show e, não conhecendo ninguém interessado, à respondi que não e, após a resposta, as 3 se afastaram de mim, com uma cara de descontentes, e foram para o fim da fila conversando.
Chegando próximo a entrada, um segurança me pediu o ingresso para ver se realmente era verdadeiro, colocando debaixo de uma luz neon, enquanto outro segurança me revistava com um detector de metais portátil.
Após a revista e a espera demorada, eu consegui entrar no local do espetáculo e logo no saguão do prédio tinha uma loja improvisada para a venda de camisetas da banda com alguns vendedores e com várias camisetas penduradas com diversas estampas diferentes que não consegui distinguir porque não quis vê-las mais de perto, pois preferi ir direto para o auditório onde ocorreria o tão esperado show.
Quando entrei no auditório, eu vi um palco a frente, algumas pessoas conversando no meio da pista, dois telões, um de cada lado que mostravam os próximos eventos que ocorreriam lá, e uma área cercada por grades, da altura do peito, para que algumas pessoas escolhidas ficassem mais próximas dos músicos.
Dois minutos depois que entrei, a banda de abertura entrou e começou a tocar e todas as pessoas, que eram poucas e que estavam na platéia, ficavam só observando a banda tocar, sem manifestar nenhum interesse pela música que eles estavam ouvindo.
Na segunda música da banda de abertura, eu recebo uma mensagem de um dos meus amigos avisando que os dois estavam me esperando no saguão, eu fui até eles, cumprimentei-os, conversei com eles sobre alguns assuntos e entramos no auditório.
A banda de abertura tocou mais cinco músicas, agradeceu a participação de todos ali e saíram. Durante 20 minutos, algumas pessoas, que eram funcionários do lugar, foram até o palco para trocar os instrumentos para que a atração da noite pudesse tocar. Depois que terminaram de arrumar tudo e saírem, a banda, tão esperada, entrou e o público, que estava maior, pois muitas dessas pessoas tinham entrado enquanto os funcionários montavam o palco, começaram a gritar bem alto: “PLACEBO, PLACEBO, PLACEBO...”, nesse instante, o vocalista agradeceu a presença de todos e começou o show de fato, fazendo o público cantar as músicas junto com eles, fazendo-os pular, aplaudir e a se emocionar com o show.
Maurício L. Zink
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