Agora me bateu uma angústia, uma tristeza, uma vontade de sair por aí, sem rumo, sem prumo, seguindo meus instintos, solto ao vento, para conhecer o mundo e para pensar, refletir sobre tudo aquilo que eu fui, sobre o que eu sou e do que daqui a dois dias, dois anos, duas décadas eu serei, algo dentro de mim pesa, me desanima, me faz crer que nada mais importa, me fazendo não suportar mais essa atmosfera carregada que me circunda, que sempre quer me jogar para baixo, que odeia me ver alegre, feliz, progredindo.
Agora eu não sei mais quem eu sou, e quem eu serei, só sei o que eu fui, o que eu errei, o que eu acertei...Eu não quero ser mais aquela pessoa de antes, aquele, na verdade, nunca fui. A minha identidade nunca teve a oportunidade de surgir para o mundo, foi sendo maquiada aos longos dos anos para agradar os outros, as vezes, sendo deixado de lado o que eu era de verdade, maltratando o meu eu, sendo, pouco ao pouco, deixado de lado, até ser esquecido ali, na escuridão, no frio, para morrer lentamente.
Agora, já foi tarde de mais, não sei mais quem sou, o que eu pensava que era, não passa de uma farsa, de uma mentira, e o eu verdadeiro já morreu. Nada mais me importa agora, o que eu quero agora é esperar o dia em que a minha vida não importará mais.
Maurício L. Zink
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