terça-feira, 9 de abril de 2013

Sinto-me de uma forma estranha, sinto-me como se não pertence-se mais à esse lugar, como se eu não pudesse mais ser desse modo e que fosse necessário transformar toda minha identidade e destruir uma vida que sempre desejei para reconstruí-la a partir do vazio, a partir no nada.

Através de um sonho, me foi avisado que tudo que acredito, que tudo aquilo que me movia seria questionado. Questionado até onde? Questionado por qual motivo? Questionado por quem? Perguntas estas que serão respondidas com o tempo, mas um tempo que também moverá certas mudanças, certo acertos em mim.

Mas o que percebo a cada dia que se passa é a validade dos meus sonhos, que a cada dia se tornam cada vez mais reais em minha mente, fazendo assim parte da construção da minha identidade questionada, e, as vezes, tão obscura e contraditória.

Com tudo isso eu percebo que, mesmo questionado, mesmo que estejamos em constante contradição e reconstrução de tudo aquilo que acreditamos, temos que saber onde queremos chegar e quem realmente queremos ser. Mas será mesmo que temos que saber quem queremos ser e onde queremos chegar? Será que temos que seguir uma determinada meta durante uma vida inteira, sem ter a possibilidade, sem ter a opção de escolher mudar, de escolher ser o que não é para ser algo que nunca tinha sido antes?

Nós somos seres flexíveis, maleáveis, moldáveis de acordo com as mudanças que a própria vida proporciona para nós mesmos, e muitas vezes temos que saber lidar com algo estranho, muitas vezes indesejáveis, para poder seguir nossas vidas. Por muitas vezes eu destruí e reconstruí o meu ser, os meus desejos, as minhas vontades, as minhas necessidades para poder me adequar ao ambiente em que eu estava, mas acabei esquecendo o que eu realmente quero para mim e esquecendo o mais importante.


Maurício L. Zink

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