Desejo não ser, não ser aquilo que me dizem para ser, um ser plano, inequívoco, obscuro e que me atormenta nos momentos em que a vida acredita ser necessária para a sua manutenção.
Mas o que é necessário? É necessário aceitar ser o que não é por causa de uma mera vontade de alguém que se acha ter o monopólio da força? É necessário ter aquilo que não precisa ter pela mera vontade de algum ser estranho?
A necessidade de um nem sempre é a mesma de outro. As necessidades são únicas conforme a individualidade da abstração de cada ser, mesmo certas semelhanças com aqueles que o rodeiam, pois cada ser ainda permanece sendo único devido as determinadas características que somente à elas pertence.
Ser é um caminho a se percorrer, um caminho no qual o indivíduo percorre solitariamente um trajeto complexo e exausto de auto conhecimento, conhecendo a si mesmo, as suas capacidades, as suas necessidades, as suas vontades, seus limites, suas dificuldades e seus defeitos para ver até que ponto termina a sua existência.
Cada caminho é do tamanho das suas necessidades. Cada caminho é repleto de superações que põem a prova as suas escolhas e a sua capacidade de continuar caminhando, como se quisessem lhe pôr a prova, como se quisessem ter a certeza de que é merecedor, merecedor do fim que lhe foi determinado. Determinado, mas não dito, e, de certo modo, previsível, só saber enxergar.
Maurício L. Zink
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