Faço-me necessário. Necessidade, por hora, de um conforto, de um mero consolo de uma vida desgraçada pela vontade de seres de se tornarem algo além, de se tornarem alguém, aquém do que acham que são, pelo martírio e pela desordem interna de outros que de nada se interessam pela ruína de seus iguais.
Quem necessita? A esfera eterna que torna esse espaço um suspiro de tudo aquilo que circunda a nossa existência nos faz perceber que nossas vontades são impulsos compulsivos neuróticos de tornar externo nossa própria desordem reprimida e desconhecida por nós mesmos.
Não nos conhecemos, e fazemos de toda a externa existência do corpo fadado ao colapso uma continuidade da nossa existência perversa e sombria.
Espelho. É um espelho que queremos que as coisas se tornem para podermos contemplar a nossa própria desgraça mórbida, fazendo-nos descaradamente da existência narcisista da morte uma realidade desnecessária.
Desordem, caos, miséria, externalização de sentimentos que nos domina, nos diverte, nos realiza, nos tornam mais humanos. Uma necessidade de auto afirmação, uma necessidade sádica de querer ser, de querer pertencer, de querer algo que já temos.
Maurício L. Zink
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